Sorrir gostoso e amar sem pudor.





Viajar para os Lençóis maranhenses, conhecer a cidade de Lençóis na Chapada Diamantina, aconchegar-me nos meus lençóis nos dias frios, nada se compara ao feito perfeito que é molhar lençóis com você. Aqui, aí, por lá, por onde for, me afogando nessas águas que eu quis nadar profundamente, sem ser rasa, sem ficar no raso. Seu oceano não desagua em mim, ele me transborda e se junta ao meu rio de mistérios. O encontro do rio com o mar, um rio quente, profundo, intenso, de águas escuras. Quando a luz do sol reflete sobre as águas, você se deleita e mergulha mais um pouco, cada vez mais, cada vez pedindo mais.

Nas entrelinhas, uma euforia que te vira do avesso, que te deixa travesso, que te invade o peito e se derrama em sentimentos que você não sabe interpretar. Será só desejo? inquietações? provocações? é uma incógnita. Só de pensar, arrepia. Só de desejar, a boca saliva. Só em pensar no que vem depois, já está pedindo mais. É selvagem e é profundo, tem sentimentos. 

Ela sorri e o sorriso dela me deixa despido, como se me enxergasse por inteiro naquele instante. Me sinto a caça, a presa que espera ansiosamente ser capturada por aquela figura feminina em forma de loba. Feroz, fugaz, dona de mim se quiser. Eu não me oponho a nada com ela. 

Ela sorri gostoso e ama sem pudor. Me vira do avesso e me come com os olhos, com a alma, com o corpo. Ela me suga até a última gota de energia, mas a loucura toda é que eu ainda quero ver o que vem depois. Peço pra ela não sumir de mim, de perto, de dentro, da pele, do suor, do cheiro. Tudo merece ser documentado na memória do prazer. Ela não me quer, ela me possui. Eu não só a quero, eu ardo de desejo por ela. Molhada, deitada, tarada, mal intencionada. Se existe visão mais perfeita, desconheço o autor. 

Como posso aceitar menos, se eu me encaixo na intensidade dela?
Ela me devora e só assim eu me sinto devotado. Não me pede calma, me pede alma, se encaixa em mim e me dá certeza de quem eu sou para que eu não peque um segundo sequer contra ela. Só junto a ela, em lugares proibidos, permitidos, sem pausa, com muito suor porque o fogo dela arde sem queimar, ela pede água e eu dou o mar. 


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