São João. Forró. Frio. Eu sou i-n-t-e-n-s-a. Ponto.

 





A vida brinca de amar comigo. Eu juro que tento ficar sem me apaixonar, mas as histórias que vivo dificultam. Não sei amar pouco, eu me jogo, eu dou um salto rumo a intensidade como se fosse as olimpíadas. Eu mergulho, eu aceito, eu me entrego mesmo, eu assino todos os riscos, eu não leio os termos e condições, eu só vou. E aí foi que você veio, eu emanei isso, eu acho. Eu que lute com isso, contra isso, a favor disso, para isso, para sair disso. Sei lá, já tô perdida. 

O forró conduz as paixões e transforma-as em magia. A lua, o frio daquela praça, o clima, a mágica solta na atmosfera... Eu estava distraída, e você me encontrou. Você me comeu com os olhos, me sugou, me puxou pra perto com seu anzol no olhar. Você me ganhou ali, e nem tinha sorteio. Eu fui de braços abertos pra perto de você pra não sair mais naquela noite. Ou até o final da última música tocar. 

Me apaixonar é lindo e louco ao mesmo tempo, é poético mas fatídico, apoteótico e pecaminoso. A nossa dança naquela noite foi filosofia entre dois corpos. Eu estava em completo êxtase, e nem nos meus lábios você havia tocado. Você acariciou meu cabelo com uma ternura, como se dissesse com o afago que cuidaria de mim dali em diante pra tudo.

Você encostou o seu rosto no meu e a minha pele fervia entre desejo e desespero. Ou eu era a mulher mais sortuda da festa ou a mais fodida depois dessa noite. O que é que tá acontecendo? eu estava inebriada de algo místico, quente, intenso. (assim como eu, então não me assusto). 

Só queria ter mais tempo, mas tal qual uma cinderela, o meu tempo escorreu pelas minhas mãos naquela noite, e eu tive que ir embora. Seus olhos escuros, sua expressão de desejo, seu toque, seu abraço, sua dança encaixada na minha... Tudo ficou bem gravado em memórias, memórias quase tocáveis, dava pra sentí-las por anos. Fiquei entorpecida por muito tempo. Droga insaciável é a paixão. 


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