O que realmente nos falta.


Alguém que quebre alguns conceitos nossos. Ou que, nos ajude a enxergar que algumas das nossas definições de vida andam incoerentes. Que nos tire a venda dos olhos com a sutileza de quem não quer nos mudar, mas que mesmo não percebendo, nos mudou. 

Que nos façam esquecer de rótulos, lemas, ultrajes, características que achamos nos pertencer pra sempre. Que nos façam perceber que, um belo dia, Juliana, moça prendada que gostava de longos passeios de mãos dadas, músicas country e jogos de tabuleiro, notar que nunca percebeu o quanto gostava de um cosmopolitan num pub qualquer. Ou assistir filmes no meio da semana, ou viajar dia de segunda e ir para a praia dia de quinta. 

Ou Marcela, que sempre amou maquiagem, fez 15 cursos em várias oficinas para ser cada vez mais profissional, dona de um instagram lotado de fotos dignas de uma modelo, perceber que amou a foto que lhe foi tirada assim que acordara, desarrumada, desmontada, sem um pó compacto ou filtros. Pois na fotografia existia afetos mais profundos. Existia amor.

As vezes conhecemos pessoas que nos desconstroem totalmente. Quantos votos já ouvi o noivo ou noiva dizer: "você me tirou a paz, me trazendo um monte de novidades." "Sai da minha zona de conforto, e assim, me reencontrei quando te conheci" "você me fez desconstruir conceitos que eu nunca imaginara, e me trouxe tantos outros que eu nem pensava em ter." "Você mudou a minha vida."
O clássico, você. Mas exatamente por esses vocês existirem, nos sobram chances de termos uma companhia de percurso. 

Que venha pra somar, multiplicar nossos pensamentos. Que nos mostrem outros caminhos, outras rotas, outros planos. Que nos façam dividir planos. Tracejar o mapa da vida. Derrubar muros, construir pontes.

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