Ao subir e descer as escadas da vida.

"Ao fim de cada relacionamento, carregamos uma bagagem com a gente. Quando essa bagagem começa a pesar, sentimos medo de nos envolver novamente."
É com essa frase de um filme que assisti algum dia, que começo esse texto. O inevitável medo de se envolver novamente. Droga, acontece mesmo.
Depois de anos procurando aquele amor que fizesse realmente a diferença entre tantos outros que passaram, ficaram lições. Ela se jogou mesmo, sentiu mesmo, foi intensa e não passional. Viveu. Eles, brincaram, curtiram, houve um sentimento líquido. Passou. Evaporou.
Ela, saiu dessas relações carregando a sua bagagem, e a do conhecimento. A bagagem da experiência. Ufa. Estou livre. Mas, eu quero ser livre com alguém. Cadê esse alguém?
Apareceu um gentil, cavalheiro, doce rapaz no meio da festa. Sumiu depois de três dias. Mais rápido do quê as consultas esotéricas prometem. Passou. Não era pra ser.
Mais um. Olha, esse até gosta de ler. Perfeito, agora vai. Lindo, amoroso, trabalhador. Mas, espera aí, como assim estamos juntos há uns meses e você quer relacionamento aberto? Adeus. Nunca mais. Instantes.
Levei a bagagem, novamente. Mas, começou a pesar. Droga, não tô bem. Como pode, vivermos um tempo, momentos com alguém, e de repente, tudo acabar? quando foi que nos desconhecemos? você vai me ver na rua e fingir que não me conhece? vai apertar a minha mão ou me dar um abraço? não há como entender.
E os cheiros? e aquela ligação às três da madrugada, dizendo que precisa de mim? tudo em vão? tudo um vão. Agora. Meu vão, as ruas, a cidade. Esse lugar. Quero ficar em casa. Não tô em casa, se alguém ligar.
Amigos, viagem. Ela decidiu viajar, precisa espairecer a mente. Vamos, amiga? vamos. E eu fui. Tranquilidade, sorrisos, deixei as bagagens em casa. Precisava ficar leve por um tempo. Um olhar, um encontro. Dois olhares. Sorrisos. Ele era lindo, ela era recém cicatrizada. Dança. Conversas. Dessa vez vai. Um, dois, três meses. Quero ficar aqui, contigo. Você é o meu lar. Quero casar contigo. Eu também.
Alegrias. Espera, ele não quer sair daqui nunca. Meu emprego, meus amigos. Minha família. O quê? viver no mato pra sempre? não pensa no futuro. Não pensa no meu futuro. E o que deixei pra trás? minha vida. Tenho que ir. Não quero isso. Adeus, mais uma vez. Um adeus, de novo. Choros.
Voltei. Vida seguindo bem, meu emprego tá ótimo, então tá tudo maravilhoso. As vezes a sorte no amor é não ter um amor! bis, na hora certa, tudo se ajeita. Enquanto essa hora não chega, estar só é estar em paz. Sigo, sorrindo. Conheci alguém, numa roda de amigos. Mesmos interesses, mas somos totalmente diferentes com relação aos nossos gostos pessoais. Pelo menos me fez sorrir, porém, não quero me envolver com ninguém. Aprendi a ser feliz sozinha, mas acima de tudo, aprendi a escolher.
Tá tudo indo bem , estou bem, dessa vez estou sentindo que é pra ser. Mentira, não sei, não tô sentindo nada, nenhum sinal mágico. Não criei expectativas, talvez esse seja o segredo. Se é que existe segredo.
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