Eu quase vou.








Sabe, amor? não sei se devo lhe chamar assim, mas já tanto faz pra mim. Eu só quero te dizer algumas coisas que ficaram esquecidas pela poeira dos d(anos). Há um outdoor no meu peito, estampado já há um tempo, com uns dizeres meio clichês românticos. Eu não acho que você vá gostar, mas está lá mesmo assim. E eu queria que você soubesse que, toda vez que algo novo pede para cobrir aquele outdoor antigo, eu quase deixo.

Já faz um tempo desde que achei que te amaria pra sempre. Que fui mais um "furo no seu cinto". Que, entregue à fantasias, fui uma pequena garotinha ingênua no sul do Mississipi, soprando um dente-de-leão e olhando o grande horizonte com olhinhos de zircônia. E te juro, teria superado isso fácil, fácil, se não fosse muitas memórias, e textos. Baby, toda vez que escrevo, eu quase supero. 

Você está sendo esquecido suavemente pelo tempo. Eu lhe fito por um momento, observando a sua galáxia, do meu mundo. Daqui há um tempo, levaremos a sério que somos apenas poeira estelar, no meio de toda essa confusão. Da janela do meu quarto, as estrelas parecem perfeitamente alinhadas. Mas nós, não. E toda vez que me deixo levar por esses pensamentos, baby, eu quase vou.

Confesso que ainda tem uma foto nossa escondida em algum lugar da minha mente, posso vê-la, mas já não me vejo como tal. Amor, eu te vejo em todas essas novas vivências, e fico tão feliz por vê-lo viver, e não apenas existir. Eu também estou seguindo, olha como mudei, percebeu? a minha vida tem finalmente seguido reto, e não apenas em círculos. E quando eu absorvo todas essas mudanças entre nós, querido, eu quase o esqueço.

Só queria que você soubesse, que não estou bancando a apaixonada, e que em breve, estarei limpa. Não irei atrás novamente, atrás do desconhecido. Só quero deixar gravado nesse texto, o quanto eu quis ir até você outra vez, e lhe dizer aquelas palavras clichês. Saiba que, todas as vezes, eu quase fui.

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