Ele se foi. E eu fiquei finalmente limpa.
Não teve hora nem data marcada. Apenas um mal súbito entre as minhas entranhas, que me levaram a um choque realístico. Não senti raiva nem arrependimento, apenas uma mágoa gerada pela decepção. A verdade é que a gente nunca está preparado para esquecer alguém, muito menos adormecer o sentimento pra sempre. Olhando as ruas com duas vias no final, me sentia igual. Não sabia se valia a pena esperar algum sinal de fumaça ou seguir por outro caminho e esquecer completamente.
Quando gostamos muito de alguém, corremos o risco de ver amor aonde não tem. E eu fui assim. Porém, ele não se importou nem um segundo em discernir o que sentia por mim. Era um silêncio constrangedor que me deixava aflita, com ansiedade e insônia, sem saber exatamente aonde eu estava, nem o que viria. Ele apenas sumia, e eu, como uma pescadora no meio do mar, o trazia de volta entre turbulentas ondas e a maré fria. Eu o trouxe de volta todas as vezes que ele se afastava subitamente, mas, você e eu sabemos que quando alguém deseja ir, o melhor é deixar que se vá.
Depois de tantas tempestades achamos que nunca iremos nos reerguer. O amor é grande demais, (ou seria o apego?) enfim. Fiquei isolada pela teu alto mar em um local desconhecido, no qual, eu nunca sabia se estava caindo ou saindo. Você, um belo precipício turbulento e ao mesmo tempo calmo, me deixou para trás jogada na areia branca. E eu fiquei finalmente limpa.
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