Continuo acreditando 100% no amor, mas não acredito em quase 100% das pessoas.
Nessa vida posso dizer que carrego muito amor no peito e um punhado de histórias de quase-amores. Carrego o sentimento de frustração de falhar mais uma vez no confiar em pessoas erradas, de ser ingênua a ponto de acreditar que qualquer folhetim antigo de paixão seria amor. Carrego a fina tristeza que por fineza não me abstém da alegria de viver, porém que me recorda daquela menina mulher descendo as escadas de casa, caminhando pela rua com um vestido amarelo rodado olhando pras flores e pros tons de azul no céu, desejando secretamente que o dia fosse incrível.
Depois de tantos contos de falhas, não desço mais as escadas. Eu fico lá sentada, encolhida, pensativa, imaginando histórias e encontros, sendo mais saudável o sonho ao choro. A perspectiva a expectativa. O bilhete no fundo do bolso do jeans ao bilhete postado no facebook como indireta. Não existe mais a desilusão, os prantos, e de certa forma, isso é tão bom. Amadurecimento pessoal. Aquela criatura cheia de expectativas ficou guardada no passado, dentre cartas, mensagens, e fotografias apagadas. Ela finalmente descansou do descaso em que viveu, agora outra renasceu dessas cinzas.
E apesar de continuar tendo fé no sentimento, no que se é recíproco e doado sem esperar reciprocidade, eu posso continuar firme na ideia de que o amor nos salva da vida, do mundo, e de tudo. Acredito na força e na presença do amor em cada coisa desse mundo. Acredito no amor, acredito no amor, acredito no amor. Reafirmo sempre e toda vez que alguém questiona ou duvida. O amor nos move, nos modifica, nos suaviza. Nos coloca como seres humanos com sentimentos, este patamar que é pra todos e ao mesmo tempo para poucos.
Mas hoje em dia não consigo mais acreditar em todo mundo. Em toda promessa, em toda palavra, em todo olhar. Muito menos em qualquer sorriso, em qualquer abraço, MUITO menos em qualquer beijo. Olhares mais seletivos, ouvidos mais filtrados, e sentimentos só para quem fizer por merecer. A modernidade rasgou este véu de intimidade, de ouvir o outro, de querer conhecer a fundo outra pessoa. Estamos numa fase que eu nunca esperei tanto para passar. A pós modernidade dos amores líquidos.
amei seu texto..não sei como cheguei aqui mas estou lendo e admirando e pensando ..gratidão
ResponderExcluirEu que agradeço pela sensibilidade e gentileza.
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